domingo, 11 de abril de 2010

Sem professor o Brasil afunda

A educação deveria ser prioridade em nosso país, mas ainda não é. A começar pela designação de "aumento de despesas" quando se refere, por exemplo, ao salário (literalmente, a porção de sal) dos professores o que deveria constar na rubrica investimento .Se tomarmos os exemplos de muitos professores que precisam lecionar em 2, 3 ou mais escolas, entre públicas e privadas, para conseguir manter-se com um mínimo de dignidade, é possível deduzir que melhor remunerados terão mais e melhores condições de se dedicarem a uma só escola, aprimorar seus conhecimentos como se faz necessário em qualquer área (principalmente de quem é responsável pela formação de todas as áreas).
É fato que há professores sem preparo adequado para o que deve ser a base de um país que se queira sério, ou seja, a educação.
Saviani em Pedagogia Histórico-Crítica (2008-10.ed. p. 31) afirma ...”Com efeito, ao criticarmos a política educacional vigente pelas distorções decorrentes de seu atrelamento aos interesses dominantes, não será possível deixar de reconhecer seus efeitos sobre a formação ( deformação ) dos professores.”
O que se espera dos nossos governantes é o reconhecimento de que a situação atual do sistema escolar é fruto de descaminhos do próprio governo. Ao se direcionar esforços para a melhoria na formação de professores pode-se começar a romper o círculo vicioso na educação.
Se, no dizer dos transportadores de cargas, sem caminhão o Brasil pára, podemos acrescentar –sem professor o Brasil afunda.

segunda-feira, 29 de março de 2010

A situação da educação no país

De algumas décadas para cá vivemos um outro círculo vicioso na educação. Do acesso a uma parcela restrita da população passamos para a "democratização" da educação.
E como se realizou o "milagre"? Para não proceder a uma regressão da educação aos seus primórdios pode-se fazer um recorte das quatro últimas décadas.
Até então, os quatro anos do antigo curso primário era o máximo a que parte dos brasileiros podia aspirar já que muitos nem a isso tinham acesso. A taxa de analfabetismo era maior do que a de países em situaçoes mais difíceis e com problemas mais graves.
As mudanças havidas na década de 60 pretendiam (entre outros objetivos) alterando a estrutura dos cursos e da própria universidade, "facilitar" a formação de professores com a criação de faculdades a granel e cursos de fim de semana com critérios duvidosos ou equivocados.
E o que se conseguiu nesse processo? O analfabetismo teoricamente foi reduzido. O acesso à escola estendeu-se obrigatoriamente a 8 anos, equivalente ao antigo ginásio e, com a proliferação
das universidades e/ou faculdades o número de estudantes no ensino superior também cresceu
consideravelmente.
Mas essa pretensa democratização, com acesso às universidades de muitos que mal sonhavam com essa possibilidade, produziu um efeito bola de neve quando desce montanha abaixo formando uma avalanche que arrasta o que está no caminho. Essa figura parece descrever a situação da educação em nosso país, inclusive no estado mais rico da federação.
O círculo vicioso passou a ser o de professores com "formação" precária, em cursos mal estruturados e, na maioria, em instituições com objetivos exclusivamente mercantís. E nesse processo a formação de professores foi mais e mais desestruturada com a desvalorização da carreira e as demais consequências daí advindas.
E hoje o professor é culpabilizado pelas mazelas e fracassos da nossa educação.
Que tal revermos a história da educação em nosso país e buscarmos a origem dos problemas?